O mês de setembro iniciou acompanhado de uma Campanha Nacional que visa a conscientização sobre a Prevenção do Suicídio, chamada Setembro Amarelo.
O movimento foi criado em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), com a proposta de associar à cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, celebrada hoje, 10 de setembro.
A longo dos últimos anos, entidades do setor público, universidades e escolas aderiram a causa que visa a realização de debates e dar luz as propostas que visam a conscientização da população sobre a necessidade de combater o suicídio.
Segundo o presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP) Pedro P. Bicalho, em consideração ao levantamento epidemiológico realizado, a psicologia brasileira deve se debruçar sobre as questões relacionadas ao suicídio (CFP, 2015).
No mundo, mais de 800 mil pessoas suicidam-se por ano e, no Brasil esse número alcança 11 mil pessoas.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio entre jovens de 15 a 29 anos era a 4ª maior causa de morte no país, passando a ser a 2ª maior causa-morte em agosto de 2018.
Ultrapassando inclusive a população idosa, que outrora se destacava em índices altos de suicídio.
Em Seminário realizado em Porto Alegre -PR em julho deste ano, foi discutido como as taxas tendem a alargar-se para as faixas etárias da fase infantil, caso não haja medidas preventivas que se adequem a esta realidade.
A prevalência de ideação suicida tem sido alta e está significativamente relacionada a fatores como: depressão, uso de álcool e drogas, violência física, luto, dificuldade financeira, problemas de relacionamento com os pais, tristeza e solidão.
A ideação suicida associada à depressão em adolescentes, por outro lado, é possível prevenir, desde que o adolescente seja devidamente tratado.
Os homens morrem mais de suicídio; sendo que as tentativas de suicídio ocorrem entre a população feminina.
Em relação a etnias, as populações indígenas são as que sofrem maiores taxas de suicídio.
MOREIRA & Bastos (2015), que discute o tema a partir de Borges et al (2008), “a intensidade desses pensamentos, sua profundidade, bem como o contexto em que surgem e a impossibilidade de desligar-se deles é que são fatores que distinguem um jovem saudável de um que se encontra à margem de uma crise suicida”.
É importante falar de suicídio com amigos, colegas de trabalho e filhos.
O tema ainda é tabu, pois há uma ideia no ar de que “não vou perguntar para fulano dos seus sentimentos suicidas, se não ele pode ficar ainda mais com o desejo de se suicidar”.
Pelo contrário, talvez seria exatamente falar a respeito que daria a única possibilidade de se esvaziar de tamanha dor emocional, evitando mais um caso de suicídio.
Caso exista a dificuldade de falar ou escutar os relatos que podem indicar o desejo de tirar a própria vida, é imprescindível a procura de um psicólogo/a.
Anne Lucy Vieira, neuropsicológica e Terapeuta Cognitiva Comportamental.
Imagem: Folha de Ribeirão Pires
Anne Lucy Vieira
Neuropsicológica e Terapeuta Cognitiva Comportamental