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Mês das crianças: o uso dependente de internet

Por Anne Lucy Vieira

Com o avanço tecnológico das últimas décadas, a internet e os jogos eletrônicos tornaram-se mais populares.

O uso de celular, tablet, TV, videogame, passou a ser uma das mais importantes atividades de lazer para as crianças e adolescentes.

Estudos relacionam o uso de jogos eletrônicos com a facilidade de aprendizado, o desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras, a melhora na capacidade de orientação espacial e a facilitação da socialização.

(DE ABREU, 2008) A dependência de internet pode ser encontrada em quaisquer faixa etária e níveis educacional e socioeconômico.

Podemos citar o número de acessos e tempo de uso do brasileiro, que ocupa o terceiro lugar no mundo, segundo Hootsuite e We Are Social.

A medida que as tecnologias invadem progressivamente as rotinas de vida, o contato com o celular pode deixar de ser um fato ocasional e as atividades mediadas pela internet aumenta.

O que caracteriza o acesso da internet como prejudicial é seu uso patológico, podendo apresentar alterações comportamentais e/ou psicológicas como: irritabilidade quando em offline; euforia ao acessar a rede; priorização da vida online em detrimento do real; redução dos laços afetivos com familiares e amigos; limitação do uso de brincadeiras e brinquedos não computadorizados; falta de interesse por plantas e animais e auxílio em tarefas de casa.

Mas diferente deste contexto, a experiência do brincar proporciona o contato com o sensorial e a imaginação que, de fato fortalecem o desenvolvimento da cognição.

É através da ludicidade que a criança se expressa com maior facilidade, aprende a respeitar, fazer e construir coisas, discordar de opiniões, ouvir, liderar e ser liderado.

Já existem iniciativas em outros países que reduzem o uso excessivo de internet para adolescentes.  

Na França, alunos de escolas públicas de idades entre seis e 15 anos estão proibidos de usar qualquer objeto conectado, como celulares, tablets e relógios. (WELLE, 2018) A orientação aos pais é que se estabeleça uma rotina diária com seus filhos, onde se faça cumprir horários para a execução de cada atividade (uso de celular, TV, videogame; higiene; tarefas escolares e de casa).

Desta forma, entende-se que a criança poderá ser beneficiada com a sensação de acolhimento pelo cuidador, estimulando a aprendizagem e formas de viver e de brincar, o que pode tornar o indivíduo mais autônomo e seguro.

Anne Lucy Vieira Neuropsicóloga e psicóloga cognitivo-comportamental.

Imagem: Folha de Ribeirão Pires

Anne Lucy Vieira

Neuropsicóloga e psicóloga cognitivo-comportamental.

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