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Razões por trás da síndrome do “dedo podre” ou das más escolhas no amor

Por Adriana Bernardino

Após repetir padrões infelizes nos relacionamentos, deparamo-nos com duas conclusões: ou há algo errado com os outros, ou temos responsabilidade em nossas escolhas erradas, o famoso “dedo podre”. Embora difícil de admitir, a segunda opção é a única que nos dá uma chance real de mudança.

Descobrir onde estamos “errando”, porém, nem sempre é fácil. Muitas das posturas que adotamos – e que nos conduzem ao oposto do que desejamos no amor – são inconscientes. Mas há uma pista para começar a desvendar nossas motivações ocultas: observar o modelo de amor em nossa família de origem.

Razões que o coração desconhece - Diversas correntes terapêuticas defendem que herdamos não apenas traços genéticos, mas também o sistema de crenças de nossa família. Segundo o pensador alemão Bert Hellinger, criador da constelação familiar, método que aborda os problemas desde uma perspectiva sistêmico-fenomenológica, a maneira como nossos pais, avós e antepassados se relacionavam ainda impacta nossa habilidade atual de cultivar relacionamentos saudáveis.

Por quê? Motivados por um desejo inconsciente de pertencimento, atraímos pessoas que nos possibilitem viver os mesmos padrões emocionais presentes em nosso sistema familiar, mesmo que gerem sofrimento e frustração. Isso equivale a dizer que, embora acreditemos desejar a felicidade, estamos em busca de familiaridade.

Mudando o padrão - Rejeitar e criticar os padrões da família, entretanto, é, de longe, o caminho menos inteligente. Afinal, repetimos aquilo que excluímos. O caminho de solução proposto por Hellinger é trazer à luz, em uma sessão breve, as desordens ocultas que sustentam o problema.

Elas podem ser de três tipos: exclusões de membros do sistema familiar (abortos, mortes precoces etc.), violação da hierarquia (filhos que querem ser “pais” de seus pais, pessoas que querem “apagar” os relacionamentos anteriores do parceiro etc.) e desequilíbrio de troca (os parceiros darem mais ou menos do que recebem ou do que o outro pode suportar).

Depois de devolver à ordem ao sistema com dinâmicas específicas, podemos deixar as repetições no passado e restabelecer o fluxo do amor em sintonia com essas ordens (pertencimento, hierarquia e equilíbrio) não apenas para nós, mas também para nossos filhos e netos.

 

Adriana Bernardino

Revisora dos livros de Bert Hellinger (ed. Atman) e de outros especialistas na abordagem

sistêmica e psicanalítica; produtora de conteúdos sobre constelações para o Instituto Koziner e facilita constelações familiares

Imagem: Folha de Ribeirão Pires

Adriana Bernardino

Revisora dos livros de Bert Hellinger (ed. Atman) e de outros especialistas na abordagem sistêmica e psicanalítica; produtora de conteúdos sobre constelações para o Instituto Koziner e facilita constelações

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