Editorial

Fábrica de Sal volta a estaca zero

Da Folha de Ribeirão Pires

Hoje o Editorial conta uma história, a do moinho que não é de vento, não aquele que aparece na história de Miguel de Cervantes, onde  Dom Quixote de la Mancha, acreditava que os moinhos gigantes estavam invadindo sua pátria.

Iremos falar do moinho de sal, hoje batizado de Fábrica de Sal.

O edifício foi inicialmente projetado pelo engenheiro italiano Federico Maciotta e abrigou o Molino Di Semole Fratelli Maciotta.

O local pertencia aos irmãos Federico, Ottavio e Anacleto, vindos do norte da Itália para o Brasil no ano de 1895.

Em janeiro de 1898, o moinho iniciou suas atividades e, possivelmente, encerrou em 1899, antes da inauguração do Moinho Matarazzo, datado no ano de 1900, na cidade de São Paulo. Em 1916, o local foi leiloado, adquirido por Palaride e Giuseppe Mortari e transformado em um moinho de fubá.

Em 1932, foi usado como depósito de pólvora de guerra, em razão de um decreto estadual que obrigava os galpões industriais a servirem à Revolução Constitucionalista.

Encerrada a revolução, o local foi fábrica de adubos, fábrica de salitre, criadouro de bicho da seda e, finalmente, indústria de refino de sal.

No ano de 1943, Carmine Cotellessa compra a área e instala a Indústria e Comércio de Sal C. Cotellessa, que fabricava o sal Rodolfo Valentino, entre outras marcas.

O espaço fecha no ano de 1990, sendo desapropriado judicialmente, em 2001, tornando-se um Centro Cultural.

Mas logo todo o romantismo acabou, agora só existem ruínas e o mágico virou trágico.

Tudo o que foi dito antes é para lembrar às autoridades que a Fábrica de Sal está novamente sem futuro definido, e logo poderá ser apenas uma lembrança, já que as paredes parecem prontas para ruir.

Portanto, fica o registro, para ninguém no futuro, alegar ignorância.

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