Editorial

Pela metade... não vale!

Da Folha de Ribeirão Pires

Somente quando experimentamos e nos permitimos receber algo por completo é que podemos nos beneficiar por inteiro, sem arrependimentos. Esso é um dos pensamentos mais básicos e que vale para as coisas mais simples de nossas vidas. Ninguém quer ser amado pela metade, comer apenas meio pedaço de um bolo delicioso ou receber apenas uma parte do salário, por exemplo.

Então, por qual motivo mais de 11 mil pessoas receberem apenas a primeira dose da vacina contra a Covid-19?  

Uma estatística que revolta, levanta questionamentos e assusta, uma vez que corresponde apenas a seis cidades do Grande ABC.

Quando levada a um parâmetro nacional, esse cenário ganha proporções ainda maiores e suas consequências nos fazem temer o futuro.  

De um lado estão as pessoas que deveriam ter recebido a segunda dose do imunizante e, por razões ainda desconhecidas, não compareceram - não sabemos se por descuido, vontade própria ou falta de vacinas, que, cá entre nós, também tem contribuído com esse número. Enquanto na outra ponta estão os especialistas afirmando que apenas com a segunda aplicação a imunização contra o vírus poderá ser, de fato, considerada. E no meio deste embate estão aqueles que ainda padecem diante de uma pandemia tão cruel. 

O fato é que quem não comparece para concluir a imunização, porque entende que isso é o certo a se fazer, é tão culpado quanto quem não respeita os protocolos de segurança. A irresponsabilidade e o negacionismo diante da situação são os mesmos nos dois casos, e quem sofre com isso, muitas vezes, não teve nem a chance de se defender. 

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