Saúde

Técnica em enfermagem vence luta contra Covid-19

Profissional relata como foram os 17 dias de recuperação

Priscila Cotrim tem 37 anos

Imagem:Redação

Por Thainá Maria

Momentos angustiantes. Assim foram os 17 dias vividos pela técnica de enfermagem Priscila Aparecida Cotrim Lino, de 37 anos, moradora de Mauá, após contrair a Covid-19 em seu ambiente de trabalho: o hospital.  

Antes mesmo da confirmação dos primeiros infectados no Brasil, Priscila sentia-se receosa por estar a frente de um vírus pouco conhecido e extremamente agressivo. “O medo realmente estava muito grande dentro de mim, mas ainda assim tentei ser forte, porque tinha pessoas que estavam demonstrando muito mais medo que eu, e de alguma forma consegui guardar meu medo no bolso e cuidar dos colegas que estavam aparentemente mais abalados”, relembra.

Sua luta contra a Covid-19 começou logo após o término de uma noite de plantão, no dia 7 de abril. Já pela manhã, os sintomas a colocaram em alerta, uma vez que quase metade de sua equipe já havia sido afastada após testarem positivo para a doença. “Já me mantive em isolamento a partir daí. Descansei e não melhorei, tomei medicação pra dor e voltei a dormir, somente no dia seguinte fui ao médico sentindo ainda os mesmo sintomas”, conta a técnica.  

Seguindo o protocolo, Priscila foi afastada por 14 dias devido ao quadro gripal e após o terceiro dia consecutivo sentindo os sintomas foi submetida aos exames para a detecção do Coronavírus. “Foi muito difícil receber a notícia. Estava sozinha no hospital, pois não deixei minha companheira ir comigo até mesmo pra que ela não se contaminasse. Recebi a notícia que o meu pulmão já estava com 25% de comprometimento, e o resultado do exame de Covid-19 sairia em 72 horas, mas pela tomografia já foi possível constatar a presença do “vidro fosco”, termo utilizado para a doença.”  

“Mais difícil foi dar a notícia para a minha companheira e para minha mãe, mas consegui depois de muito tempo pensando em como fazer”, relembra  técnica, que precisou ser internada na UTI devido suas condições pulmonares.  

Após quatro dias internada e com a melhora em seu quadro clínico, a profissional foi liberada para seguir com o tratamento em casa e cumprir os demais dias de isolamento. “Nesse tempo, tenho refletido muito sobre toda essa situação. Ainda tenho medo, porém o que motivará meu retorno ao trabalho será o grande amor e respeito que tenho por essa profissão. Minha maior motivação é fazer por quem precisa, sem esperar nada em troca, é fazer por alguém, o que fizeram comigo no período de internação”, conta.

Mais lidas agora

Últimas em Saúde