Redução do PIB impacta atividades econômicas não essenciais
Imagem:Divulgação
O isolamento social e a implementação da quarentena estadual adotada para conter a pandemia do novo Coronavírus afetou grande parte das indústrias regionais e comércios, o que resultou no déficit de R$ 3,8 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto) nas sete cidades do ABC, neste ano. Em análise feita por especialistas, calcula-se que a perda de serviços e produtos cheguem a R$ 5,2 bilhões, devido a desaceleração da economia, produção e consumo.
A projeção foi feita pelo Observatório de Políticas Públicas e Empreendedorismo da Universidade Municipal de São Caetano (Conjuscs), que estimou o impacto sobre o PIB regional da restrição às atividades econômicas não essenciais. A análise foi realizada com base em cada mês de confinamento da população, com última atualização em 31 de maio.
Além disso, o observatório estimou, para o cálculo, que o PIB dos sete municípios somou R$ 112 bilhões no ano passado. Devido a isto, estima-se que a redução do PIB em 2020 seja de 4,6%.
O déficit na receita soma-se o que é gasto pelas famílias, pelo Governo e também em investimentos realizados pelas empresas, como compra de máquinas e peças. Ou seja, exportações e importações entram nessa conta – mas as importações, como representam dinheiro “saindo” da região, estado ou país, contam negativamente.
A partir deste cenário, calcula-se que a balança comercial do 1º bimestre na microrregião, em dólar, resultou em US$ 9,1 milhões em exportação em Ribeirão Pires, e US$ 0,2 milhão em Rio Grande da Serra. Soma-se tudo o que é produzido na indústria e no setor de serviços.
Já a importação chegou a US$ 8,16 milhões em Ribeirão Pires e 0,09 milhão em Rio Grande. O saldo de 0,9 milhão foi favorável para a Estância, porém, o saldo de 0,1 milhão foi negativo para Rio Grande da Serra.
O 1º bimestre nos sete municípios registrou queda de US$ 92,26 milhões. Os números foram divulgados pelo Ministério da Economia.
Levando os dados em conta, Jefferson José da Conceição, coordenador do Conjuscs, estima que mesmo após o fim do isolamento social, a retomada da atividade econômica será lenta, devido à queda na renda decorrente do aumento do desemprego e à dificuldade que muitos empresários terão para restabelecer seus negócios.
O panorama econômico terá retomada gradual após a quarentena, por isso, a recuperação do Grande ABC dependerá das medidas que serão implementadas e adotadas pelo Governo nas próximas semanas.
As ações para recuperação da economia estarão também alinhadas ao controle nos números de casos de coronavírus na região, atreladas à mobilidade urbana e ao grau de confiança das pessoas nos comércios. Setor que emprega cerca de 143 mil trabalhadores formais, no ABC.
Porém, no cenário atual, o investimento na Saúde precisa ser constante para diminuir o grau de longevidade da crise.