Política

Admir Ferro diz que o único erro de Claudinho foi “confiar demais”

Em coletiva prestada na última sexta-feira, prefeito se defendeu de acusações e afirmou que quer dialogar com a Câmara Municipal

Admir Ferro, secretário de Governo, esteve ao lado de Claudinho na coletiva

Imagem:Foto: Folha Ribeirão Pires

Por Thainá Maria

Após retornar ao cargo de prefeito de Rio Grande da Serra, Claudinho da Geladeira (PSDB) concedeu uma coletiva de imprensa em seu gabinete, no início da tarde de sexta-feira (17), onde falou sobre seu breve afastamento e se defendeu das acusações feitas pela Câmara Municipal.

O prefeito permaneceu afastado por quase 24 horas após os vereadores aprovarem o pedido na última quarta-feira (15), além de dois processos de processos de impeachment. Durante esse período, a vice Penha Fumagalli (PTB) assumiu a Prefeitura, mas deixou o comando após o mandado de segurança ser expedido.

Acompanhado pelo secretário de Governo, Admir Ferro (PSDB), Claudinho reafirmou que seu desejo é governar a cidade e buscar reaproximação com o Legislativo, uma vez que o relacionamento com a Casa de Leis segue em crise instalada entre os poderes. “Não dá para governar sem a Câmara. A cidade precisa muito dessa união, para poder fazer acontecer. ”

Claudinho ainda afirmou que foi pego de surpresa, já que as denúncias que são usadas como base para o pedido de afastamento não estão, de fato, ligadas a ele. Perguntado sobre a suposta tentativa de golpe, o prefeito não quis entrar em detalhes, mas afirmou que, ao que parece, há articulações para retirá-lo do cargo. “É como se houvesse um ‘novo projeto’, um grupo querendo poder a todo custo. ”

Diferente de Claudinho, Admir Ferro foi enfático e não poupou palavras ao afirmar que se trata de um golpe e de uma atitude arbitrária. “Ficou claro, para quem assistiu à sessão que foi golpe. Não tem nada contra o prefeito. Como é que a gente pode assistir a um negócio desses e dizer que é tudo normal? ”, indagou o secretário que ainda completou seu discurso dizendo que não se trata de um golpe arquitetado pelos vereadores, mas sim por um grupo político no qual há parlamentares que fazem parte.

“O prefeito merece um processo de cassação quando o ato é feito por ele. Qual ato o prefeito agiu diretamente? Não há nada que condene o prefeito. Podem ser coisas que atinjam o Governo, mas não ele. Como o objetivo não é cassar secretário, o objetivo é cassar o prefeito, surgem esses absurdos”, completou. “O erro dele (Claudinho da Geladeira) foi confiar demais.”

Ainda de acordo com o secretário de Governo, a CEI (Comissão Especial de Inquérito) instaurada para averiguar uma possível fraude na vacinação contra a Covid-19, perdeu o objetivo.

Durante a coletiva, Claudinho falou sobre a dificuldade de governar a cidade diante das graves dificuldades financeiras enfrentadas ao longo dos nove meses de mandato, o que, segundo ele, tem gerado uma falta de governabilidade.  “Rio Grande não pode perder mais. A gente não pode ficar perdendo nesta discussão”, finalizou Claudinho.

 

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